
Mensagem infantil
Foi em fevereiro de 1975 que três irmãos - Marcos, com doze anos, João Batista, onze anos e Sheila, com sete - desencarnaram, em acidente, na via Anhanguera.
Pai
e mãe mergulharam numa noite de tristeza. Três filhos mortos na mesma
hora. Uma casa vazia. A Sra. Elite, a mãe, mergulhou em uma fonte de
lágrimas, enquanto o pai, Roberto, se fechou em si mesmo, trabalhando
mais do que nunca para esquecer a imensa dor da perda e da saudade.
Então,
um dia, numa dessas abençoadas sessões com o médium Francisco Cândido
Xavier, na cidade de Uberaba, eles receberam uma mensagem do filho de
doze anos, que pode, igualmente, consolar outros corações de pais e mães
que viram seus filhos adentrarem a aduana da morte.
Querida
mamãe, a senhora pede notícias e rogou tanto, mas tanto, que me vejo
aqui para trazer a esperança ao seu coração e fortalecer em meu pai a
confiança na vida.
Por dentro de mim, estou como quem traz o pensamento tropeçando na vontade de chorar.
É preciso ser forte e ser um homem para receber um compromisso desses.
Rogo a vocês para não se deixarem dominar pelo sofrimento, embora este conselho deva ser ditado para mim mesmo.
Estamos
assim como num telefone direto, em que o fio do lápis vai formando as
minhas palavras, sem que eu possa receber as palavras de meus pais
queridos, ao mesmo tempo.
Sei tudo o que tem acontecido. Nós entendemos daqui as suas aflições.
Três filhos esmagados quase ao chegarem em casa. E a nossa separação de repente.
Desde
que acordei aqui, ouço os seus gritos do coração: suas palavras que não
são faladas, suas preces de aflição no silêncio e suas lágrimas que aí
na terra ninguém vê.
Mas peço à senhora, em nome da nossa Sheilinha, do João Batista e em meu nome, para viver com fé em nosso reencontro.
Mamãe, se
não fosse a falta que a gente experimenta de casa, se não fosse a voz
da senhora e do papai por dentro de mim, eu diria que tudo está bem.
Temos
repouso, mas o repouso é atravessado pelas recordações que se fazem tão
vivas como se fossem relâmpagos coloridos e parados em nossas
lembranças.
Não chore mais com desânimo e aflição.
A
senhora, sempre carinhosa e imensamente boa para nós, não choraria mais
com tanta angústia se visse a nossa querida Sheila cair de aflição,
querendo ir ao seu encontro sem poder.
Nós
estamos todos unidos sem que eu saiba como é isso. Mamãe, não fique
parando o olhar em nossas lembranças. As lágrimas são forças de Deus em
nossa vida. Por isso, nenhum de nós está livre de chorar, mas as nossas
lágrimas devem ser orações de gratidão e amor, paz e fé.
Não se queixem. Vamos cultivar a saudade na igreja do amor ao próximo.
Mamãe, abençoe os filhos que somos nós aqui, sem você, mas contando sempre com a senhora para ficar mais fortes.
Deus nos auxiliará. Em nome dos irmãos e em meu nome, deixo a vocês, em casa, o nosso beijo de respeito e de amor.
Marcos.
* * *
A
saudade é um rio de águas profundas, cujas nascentes procedem do
coração. Por isso mesmo, Espíritos na carne ou fora dela a sentimos e a
sofremos.
Redação do Momento Espírita, com base no
livro Crianças no Além, pelo Espírito Marcos,
psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. GEEM.
livro Crianças no Além, pelo Espírito Marcos,
psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. GEEM.
Em 30.1.2014.
0 Comentario "Mensagem infantil"
Postar um comentário